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Foto do escritorJessica Nevel

O fardo imaginário da liderança





Já se deparou angustiado ou angustiada por ter pessoas tristes ou desanimadas à sua volta e não conseguir motivar elas? 


Em um atendimento recente um líder de equipe trouxe essa sensação de impotência. Em meio a uma situação global tão delicada, tão pesada. E acho que vale falarmos de duas coisas relacionadas a isso:


Primeiro, a palavra impotência já dá a dica. É como se de fato existisse o poder de fazer diferente. Mas existe alguém que consiga mudar como o outro se sente? Ninguém tem o poder de motivar ninguém. Cada um precisa desenvolver sua própria musculatura, e poupar as pessoas de passar por sentimentos ou experiências densas subtrai profundidade e aprendizado. 


Segundo, sobre a tendência de querer eliminar a tristeza. Parece que acreditamos que é imperativo estar sempre feliz. Esquecemos que o triste é parte da vida, e também precisa ser vivenciado.

  

Com esta reflexão me lembrei do mote (um tanto ácido) de uma empresa de consultoria inglesa, que diz “transformar líderes em pessoas”. Independentemente de que tipo de trabalho ela de fato faz, me fez refletir sobre o que esperamos dos nossos chefes. Que tipo de papel que eles esperam de si mesmos. Cabe a um chefe, de fato, fazer sua equipe feliz? Ele tem o poder de animar um time mesmo em uma situação de pandemia? E, será que não cabe de fato gravidade e espaço para lidar com estes sentimentos? 


Proponho abrir mão deste fardo, e procurar se haver com o que há, a cada momento, e entender porquê das tristezas ao invés de nos agarrar na construção de uma alegria artificial

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